26 abril 2008

Sobre o caso Isabelle

Hora do almoço, uma menina da redação resolve descer conosco para o restaurante. É a primeira vez que ela vem com a gente.

Quando você almoça com pessoas com quem não faz isso normalmente, é bastante comum a falta de assunto à mesa e, para tentar driblar essa situação em geral constrangedora, uma saída quase sempre prática é comentar sobre qualquer bobagem que esteja em voga na tv - desde algum episódio esquecido de alguma série antiga até papagaiadas telejornalísticas. Caímos, em algum momento, no caso da tal da Isabelle. O papo se passou mais ou menos assim:

- Está provado que foram os pais. Descobriram que ela foi estrangulada antes de ser arremessada e acharam sangue no carro de um deles. Ainda por cima, se ela não fosse jogada, teria morrido do mesmo jeito e bla bla bla bla...

Eu, já entediado com o assunto:

- Ah, mas pensa bem podia ser muito, mas muito pior esta história.

Olhar curioso lançado em minha direção:

- Hm... Pior? Como assim pior?
- Podia ter sido eu. Imagina, se eu fosse o arremessado, teria sido incrivelmente pior, não acha?

Poucas vezes recebi um olhar de desprezo tão sincero.

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