15 dezembro 2007

Boleto turístico

O boleto turístico é um passe que se compra em Cusco para se ter direito de entrada em 15 pontos turísticos diferentes. Não se pode entrar em nenhum deles sem o tal. Dá pra pegar o parcial (40 nuevos soles) ou o completo (70 nuevos soles) - a grande zica é que não dá pra escolher os que você quer no parcial, tendo que pegar somente pacotes completos e, se tiver um que queira ver que não tinha naquele parcial, pega-se outro destes ou pega um completo. Ou seja, quase sempre vale a pena pegar direto o completo.

Acordamos cedo e pegamos nosso ônibus turístico para ver algumas das atrações do boleto (pegamos o completo, obviamente). Pela primeira vez pegamos um guia mais interessado na parte histórica real do que na que serve para florear tudo e atrair turistas em busca do "Peru místico". A imagem que eu tinha de que o império dos Incas (nota: Inca é o nome dado somente ao manda-chuva, não ao povo todo. É um título equivalente a Faraó ou Cesar) de que ele funcionava de forma similar ao império romano hoje finalmente foi confirmada.

Também houve explicação de como o catolicismo "inventou" algumas lendas Incaicas para criar paralelo entre as duas e, como sempre, fagocitar uma nova leva de devotos. Se você leu os posts anteriores, lembrará que em um deles eu conto uma lenda sobre a Isla do Sol, Manco Kapac e o Deus-Sol criando o primeiro homem. Tudo coisa inventada pelos castelaños, para dizer que assim com o Deus Cristão, aqui também o deus-chefe criou um Adão e oh! Que coincidência! O Deus deles é o mesmo!

Bah!

Os Incas começaram historicamente como qualquer povo conquistador. Era uma comunidade pequena no meio do tal Vale Sagrado que, por um motivo qualquer, entrou em conflito com seus vizinhos e os conquistou. Perceberam que a conquista rendia muito, e resolveu expandir essa política até onde desse. Daí, um belo dia, meia dúzia de gajos chegaram de Castelha e perceberam que os povos conquistados não eram tão felizes sob o jugo do Inca e aproveitaram isso pra derrubar o império. O que os insatisfeitos não contavam é que os castelhanos, depois de derrubar o poder central, pegariam tudo pra eles.

Fomos hoje a Ollantaytambo, Pisaq e Chinchero. Todos muito interessantes, mas Chinchero chama mais a atenção pelo pavor que os cristãos devem ter sentido quando souberam a quem era dedicado o templo que ali havia (e que obvimente teve uma igreja construida em seu lugar): como a maioria dos povos indígenas, suas divindades eram baseadas na natureza, como terra, montanhas, sol, lua, etc. O templo era em homenagem à primeira estrela que aparece na noite, o planeta Venus, que também é conhecida como "Estrela da Manhã". Estrela da Manhã é um outro nome para O Portador da Luz - ou, se preferir, Lúcifer, o primeiro dos caídos. Acredito que na época alguns padres devem ter morrido do coração quando acharam este templo (que aliás, era só um templo dedicado à natureza como qualquer outro, sem nada de maléfico).

Bom, tempo esgotando de novo. Vai uma imagem de Machu Picchu só pra não falar que não há fotos.



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