03 julho 2007

Mais pensamentos carinhosos

Tal qual doença de chagas, carrego-te dentro do meu coração*


Confucio
teria inveja de mim.

*Extraído do nunca publicado livro "como ser um trevoso romântico"
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Aproveitando o post:

Pessoas, por tudo que é mais sagrado... Parem de abrir comunidades no Orkut para si mesmas e ficar convidando os outros a cada dois dias para participar. Você não é especial, a despeito do que sua mãe e "miguxos" disseram, você não é tão interessante a ponto de gerar mais que cinco tópicos (entre eles "onde conheceu", "qual maior qualidade/defeito" e algum imbecil do tipo "fulano é foda"). É feio isso. É falta de amor-próprio, é auto-estima baixa ou, na pior das hipóteses, "síndrome do pau pequeno" (ou, na versão feminina, "síndrome da periquita larga"). Fora as pessoas que entram na comunidade por já ter 400 outras e não fazer a menor diferença pra estas, ou aquela meia-dúzia que fica sem-graça e tem medo de te magoar (ou pior, os que te acham "mooó zuãaao, aí"), ninguém gosta de verdade de ficar limpando todo santo dia as tuas mensagens da caixa de spams, ok?

Agora, se você acha que realmente esta é a única coisa que te faz feliz, fica o conselho: pule da ponte mais próxima, para uma humanidade melhor ou, num caso menos drástico, converse com seu psiquiatra e peça que ele dobre a dose do teu valium - mas a primeira opção continua sendo mais eficaz.

O tio Bardo agradece e, de quebra, tu ainda ficas com o filme menos queimado com o povo - e todos saimos ganhando, percebes?

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02 julho 2007

Sobre os blogs e suas mudanças

Reparei que passo muito tempo sem postar, comparado à freqüência que tinha nas áureas épocas de blogueiro. Relendo alguns textos perdidos ali e aqui, percebi a grande diferença: antes eu postava qualquer coisa. Qualquer coisa MESMO, pouco me importando se acrescentava algo pros outros ou não. Havia, sim, uma certa preocupação em escrever um ou outro texto que divertisse, ajudasse ou simplesmente dividisse um pouco de neurose de forma produtiva (sim, isso é possível) - mas não havia, digamos, filtros para selecionar o que merecia ser escrito e o que era verborragia. De certa forma, isso até era legal, funcionava como uma das minhas válvulas de escape - o final da adolescência e o começo da vida adulta não foi um dos meus períodos mais fáceis, eu lancei mão de um bom número de recursos (esmagadora maioria dentro das leis, da moral e ética e do bom senso) para conseguir lidar com tudo sem enlouquecer, como é de praxe com praticamente todo ser humano nesta época da vida.

É engraçada a forma como eu encaro este último blog, a falta de compromisso com ele, o sentimento de não-obrigação, coisa que não tive em relação a outros. O Whorpa eu me sentia meio que no dever de postar algo de vez em quando por conta de alguns "leitores fiéis" e, também, por postar com outra pessoa, fato este que incentiva sim a produção de um número maior de textos. O Neurotoxina foi uma tentativa vã de escrever textos em um blog somente com observações sobre o cotidiano, sem grandes filosofias intra-pessoais, mas acho que até pelo formato que a coisa se apresenta é complicado não deixar vazar um pouco disso, coisa esta que por vezes eu acho que foi excessivo no primeiro blog, o Cachorro Morto.

Aliás, é interessante ver o que se passa com os blogs sobreviventes e que não se voltaram para instruções técnicas ou para textos engraçadinhos/montagens porcas e só. O evento do fotolog (também conhecido como blog de analfabeto, como um finado amigo meu dizia) levou para bem longe a "geração miguxo" e, de certa forma, sobrou somente os escritores frustrados, analistas do mundo, psicólogos de boteco e qualquer outro que ache que merece/precise um mínimo de atenção (grupo no qual eu me encaixo, eu acho), alguns que somente acham que o mundo não os compreende e que é o caminho para conseguir expressar-se (o que eu não vejo como mal, mas este povo em geral me dá medo). Acho que, estando entre os morto-vivos (uma vez que não posto o suficiente para considerar-me sobrevivente), consigo perceber as variações que houve na blogsfera e como, até certo ponto, os grupos de blogueiros, antes completamente unos e abertos uns aos outros, meio que se fecharam sob si mesmos ou em bolhas dentro de bolhas, sem a troca de informações que antes era um ponto mais crucial para esta mídia. Obviamente, a descoberta de fóruns, listas de discussão e Orkuts da vida contribuiram para isso - o que não é bom nem mal, até foi uma agilidade dentro do processo.

Só é uma pena que restringiu um pouco a diversidade de blogs e o acesso a informações/conhecimentos específicas através de um meio que, ao contrário de comunidades, listas e fóruns, não tem por conceito ser específico e fechado a um grupo.

[Texto escrito rapidinho no horário de almoço pela pura necessidade de escrever, sem o devido tempo e vontade para correções]

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