27 dezembro 2007

Reta final

San Pedro de Atacama, Chile, eh uma cidade no meio do deserto. Ateh entao, a unica imagem que tinha de cidades assim era as de cidades do oriente medio, que volta e meia estao nos noticiarios da TV. A impressao que tive nesta cidade eh de que ela eh uma especie de cidade praiana soh que sem praia. Eh muito pequena (menos de 4000 habitantes) mas, apesar disso, eh um lugar incrivelmente estruturado. Por exemplo, foi o lugar que mais aceitou cartao de creditos de todas as cidades que estive ateh agora.

De lah, fiz os passeios mais tranquilos e talvez mais bonitos de toda viagem. Eu cheguei a conclusao que eu amo os desertos... As montanhas e o Titicaca sao maravilhosos, mas o deserto tem uma gama de cores e uma sensacao de liberdade que eh inexplicavel, apesar da falta de vida em muitas partes. Fui ao Vale de la Luna e o da Morte no Atacama, e acredito piamente que Marte deve ser igualzinho - Canions, areia avermelhada e um ceu de um azul que eu nao sabia que existia. Vi o entardecer no meio do Vale de la Luna, o momento que as montanhas mudam de cor quando a luz se vai e uma lua cheia imensa subindo por detras das cordilheiras. Conheci o Salar de Atacama, o terceiro maior do mundo, e descobri que mesmo sendo um deserto de sal bichos conseguem viver lah, como os flamingos. Mais impressionates, em algumas lagoas salinas que se formam no meio do lugar existe um tipo de crustaceo, como um camarao, que consegue viver numa agua que tem meio quilo de sal por litro e quase nenhum oxigenio. Conheci Toconau, uma cidade no meio do nada com menos de mil habitantes e vi geiseres, explodindo em agua quente no meio das montanhas enquanto o amanhecer vinha atras da cordilheira. E vulcoes, muitos vulcoes, alguns ainda ativos e soltando fumarolas pela manha.

De San Pedro voltamos a Bolivia, pelo sul. Vi lagunas coalhadas de flamingos, completamente brancas por conta do borax que ha em suas aguas, e outra de um azul esverdeado quase radiotivo por causa de metais pesados em sua aguas. Dormi em um alojamento nojento a beira da Lagoa Colorada, que parece um borrao de aquarela no meio de montanhas de grama amarelecida, contrastando no azul do ceu, com cores em tons amarelos (por causa do enxofre), do verde (por conta de plantas), do azul (reflexo do ceu) e imensas faixas vermelho vivo (por conta de algas). Passamos por todos os tipos de vales com pedras que puder imaginar, cuspidas por milhares de vulcoes que estao por todo o caminho e, pra finalizar, fomos ao Salar do Uyuni - que eh o maior deserto de sal do mundo. De onde se esta ateh o horizonte era apenas uma imensidao plana e branca que em alguns pontos refletiam uma ou outra "ilha" no meio dele como se fosse agua.

Levo daqui mais de 2000 fotos, mas elas sao um recorte minimo do que eu vi. Sao representacoes, embora bonitas, extremamente debeis do que se quis registrar do original.

Amanha retorno a La Paz e comprarei algumas coisas para levar a pessoas e, sabado de manha, embarco novamente para a minha querida e saudosa cidade cinza. Apesar de tudo que vi e senti, acho que a saudade de casa finalmente esta chegando ao limite.

(sem acentos e sem revisao de novo)

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20 dezembro 2007

Nazca, Arequipa, Canion del Colca e Arequipa de Novo

Os últimos dias foi um esquema meio maratona.

Fizemos o passeio do vale sagrado ainda em Cuzco, para ver mais alguns sítios arqueológicos... No dia seguinte fomos pela manhã ver as ruínas de Saqsaywaman, que tem como atrativo terem usado blocos que chegam a mais de mts de altura. 7 da noite deste mesmo dia pegamos o ônibus de Cuzco a Nazca - nada mais, nada menos que 14 horas de viagem. A idéia era dormir no caminho, o que teria dado mais certo se as estradas por aqui não fossem todas subida-descida-subida e uma curva de 180º a cada 20 metros. Mas até que fiquei numa boa no dia seguinte.

Vi as famosas Linhas de Nazca (que não ficaram tão boas nas fotos, já que minha máquina é só uma cybershotzinha e não funfa tão bem a 180 mts do chão num teco-teco). São realmente impressionante e também classificáveis na categoria "mas que diabo esses caras queriam com isso???"

Ainda em Nazca vimos um cemitério indígena quebrado (como todo mundo sabe, se alguém é enterrado num cemitério indígena ou num de animais, este mesmo deve ressuscitar - o que não é o que ocorria). Este cemitério pertencia a uma civilização pré-inca e já utilizava a técnica de mumificação, enterrando seus defuntos com tudo que tinham - como toda boa civilazação que gosta de múmias, pra eles o sujeito ia pra uma nova vida depois daquela e levava tudo. Infelizmente, como acontece como toda civilização que curte múmias, todo mundo foi lá e saqueou os caras até não poder mais, deixando só o bagaço no local. Ou seja, o tal cemitéiro é uma lugar que tem as tumbas destapadas com as múmias que sobraram expostas a céu aberto, no meio do deserto. De lá sim sairam umas fotos interessantes. Pra matar o tempo, ainda fomos a um lugar que mostrava como funciona a extração de ouro nas montanhas ao redor.

Apesar de parecer que durou um tempão tudo que falei no parágrafo anterior, na verdade aconteceu tudo antes do almoço, e tivemos que ficar matando tempo até pegar o segundo ônibus - e também nosso segundo pernoite na estrada. De interessante, só experimentei o tal Pisco Sour, que é um drink bem bom, uma espécie de caipirinha de pisco mas que vai clara de ovo também.

Enfim, chegamos a Arequipa. Tiramos o dia para descansar, já que estávamos moídos de duas noites em trânsito e no dia seguinte fomos para Chivay, cidade nos arredores onde fica o Canion del Colca, famoso por ser o mais profundo do mundo e seus condores. Pernoitamos em Chivay, acordamos hoje, fomos ao Canion, tava tudo com neblina, vimos um bicho ao longe que todo mundo jurava que era um condor mas também podia ser um urubu, já que a distância era muita... Enfim, foi um passeio meio furado. Voltamos hoje para Arequipa e neste momento redijo estas linhas sem fotos que quase ninguém lerá até aqui. Amanhã partimos de acá rumo a Tacna e, de lá, a San Pedro de Atacama - e eu ganho meu quarto carimbo no passaporte, visto que Machu Picchu também carimba. Talvez mais uns dias de demora até a próxima postagem, sei lá quando acho ponto de rede novamente.

(texto torto e sem revisão novamente).

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16 dezembro 2007

Fotos

Foto tirada num lugar chamado La Raia, onde as cordilheiras ocidental e oriental de fundem numa só. Também é onde termina Puno e começa Cusco.





Alpaca:





Plaza de Armas, Cusco:





Início da trilha Inca:



Foto tirada no meio da trilha:





Patallacta, primeira ruína realmente grande que vimos na trilha:




Eu seria mais feliz se não precisasse nunca mais ter que subir uma porcaria de um degrau na vida. Reparem que até névoa no topo tinha:





Uma porta bacana em Machu Picchu. Um para subir, senhor Scott.





E hoje, dentro de duas horas vou embarcar pra Nazca.

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15 dezembro 2007

Boleto turístico

O boleto turístico é um passe que se compra em Cusco para se ter direito de entrada em 15 pontos turísticos diferentes. Não se pode entrar em nenhum deles sem o tal. Dá pra pegar o parcial (40 nuevos soles) ou o completo (70 nuevos soles) - a grande zica é que não dá pra escolher os que você quer no parcial, tendo que pegar somente pacotes completos e, se tiver um que queira ver que não tinha naquele parcial, pega-se outro destes ou pega um completo. Ou seja, quase sempre vale a pena pegar direto o completo.

Acordamos cedo e pegamos nosso ônibus turístico para ver algumas das atrações do boleto (pegamos o completo, obviamente). Pela primeira vez pegamos um guia mais interessado na parte histórica real do que na que serve para florear tudo e atrair turistas em busca do "Peru místico". A imagem que eu tinha de que o império dos Incas (nota: Inca é o nome dado somente ao manda-chuva, não ao povo todo. É um título equivalente a Faraó ou Cesar) de que ele funcionava de forma similar ao império romano hoje finalmente foi confirmada.

Também houve explicação de como o catolicismo "inventou" algumas lendas Incaicas para criar paralelo entre as duas e, como sempre, fagocitar uma nova leva de devotos. Se você leu os posts anteriores, lembrará que em um deles eu conto uma lenda sobre a Isla do Sol, Manco Kapac e o Deus-Sol criando o primeiro homem. Tudo coisa inventada pelos castelaños, para dizer que assim com o Deus Cristão, aqui também o deus-chefe criou um Adão e oh! Que coincidência! O Deus deles é o mesmo!

Bah!

Os Incas começaram historicamente como qualquer povo conquistador. Era uma comunidade pequena no meio do tal Vale Sagrado que, por um motivo qualquer, entrou em conflito com seus vizinhos e os conquistou. Perceberam que a conquista rendia muito, e resolveu expandir essa política até onde desse. Daí, um belo dia, meia dúzia de gajos chegaram de Castelha e perceberam que os povos conquistados não eram tão felizes sob o jugo do Inca e aproveitaram isso pra derrubar o império. O que os insatisfeitos não contavam é que os castelhanos, depois de derrubar o poder central, pegariam tudo pra eles.

Fomos hoje a Ollantaytambo, Pisaq e Chinchero. Todos muito interessantes, mas Chinchero chama mais a atenção pelo pavor que os cristãos devem ter sentido quando souberam a quem era dedicado o templo que ali havia (e que obvimente teve uma igreja construida em seu lugar): como a maioria dos povos indígenas, suas divindades eram baseadas na natureza, como terra, montanhas, sol, lua, etc. O templo era em homenagem à primeira estrela que aparece na noite, o planeta Venus, que também é conhecida como "Estrela da Manhã". Estrela da Manhã é um outro nome para O Portador da Luz - ou, se preferir, Lúcifer, o primeiro dos caídos. Acredito que na época alguns padres devem ter morrido do coração quando acharam este templo (que aliás, era só um templo dedicado à natureza como qualquer outro, sem nada de maléfico).

Bom, tempo esgotando de novo. Vai uma imagem de Machu Picchu só pra não falar que não há fotos.



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14 dezembro 2007

Tinha uma pedra no meio do caminho

Vivo e quase inteiro depois de fazer a Trilha Inca. Sem dúvida alguma, o maior esforço físico que já fiz na minha vida toda... Foram 46km em 4 dias carregando uma mochila de 12 quilos pelo meio do mato, descendo morro, subindo morro, descendo morro, subindo morro.

Um resumo de como tudo foi:

1.o Dia: Chegamos no tal km 82 de sei lá que rodovia, onde começa a trilha inca de 4 dias (tem a de 2 e a de 5. Você pode optar também por chegar em Machu Picchu via Salkantay, que é uma montanha nevada, em 5 dias também). Tudo bonito e maravilhoso, aquele ar destemido de quem vai fazer algo grandioso (igual ao que outros 500 turistas que sao permitidos por dia entrar na trilha). O dia estava bonito e, bravamente, fizemos os primeiros 10km de trilha embaixo de um sol de rachar. Neste primeiro dia, descobri que a tal folha de coca é completamente essencial para conseguir manter o fôlego. Acampamos e nos preparamos para o dia seguinte.

2.o Dia: 6 horas da manhā e já estávamos na trilha. Tudo bonito, tudo bacana e haja subida. Neste ponto eu entendi que o Drummond estava neste lugar quando fez seu poema sobre a pedra no caminho... Só tinha isso, e levando em conta que tudo era subida, foi bem complicada a situaçāo - mas foi tudo muito divertido, diga-se de passagem, embora exaustivo. Paramos no próximo ponto de acampamento onde descansamos a parte da tarde. Neste dia eu estava completamente zen, em harmonia com a natureza, o ar, a água e tinha fé renovada na humanidade. Falta de oxigenaçāo cerebral, provavelmente.

3.o Dia: Choveu. E isso tornou as coisas bastante difíceis. Eu já nāo tenho o melhor dos equilíbrios e, adicionando uma mochila gigantesca e um monte de pedras molhadas para pisar, tive a maior dificuldade do mundo para passar este dia (com direito a levar dois capotes no meio do caminho em passagens de 1.5 mts de largura na beira do abismo. Felizmente, uma eu cai pra traz e a outra sai rolando pra frente). Neste ponto estávamos já na trilha Inca feita pelos próprios, toda em pedra e com algumas ruinas pelo caminho. Também é neste dia que você se faz uma pergunta de ordem universal, uma questāo espiritual das mais elevadas propriedades: porque esse bando de índio filhos de umas putas gostavam tanto de fazer escadas? 17km depois do início deste dia pousamos no último acampamento da trilha.

4.o Dia: Fizemos os 6km restantes. Infelizmente, a neblina estava muito espessa nos mirantes que do caminho já dava para ver Machu Picchu, e só conseguimos ver a cidade em si quando chegamos lá. O lugar é incrível e simplesmente nāo é possível transmitir em palavras ou fotos o que ele é realmente. Acho que até se perde um pouco de sanidade quando se vê aquele lugar no meio de todas aquelas montanhas monstruosamente grandes. Ficamos por lá até 1 ou duas da tarde com a supervisāo da guia e, quando a chuva voltou, fomos observar o lugar de longe. Uma coisa legal que descobri e que acaba de vez com aquela idéia absurda das populações ocidentais sobre eles e os egípcios, como a ajuda de aliens ou baboseiras assim:

- Se tem SIM idéia de como eles cortaram as pedras de forma tão certinha e já comprovaram que o suposto método dá certo. Eles simplesmente acharam um jeito de aproveitar as fissuras naturais da rocha para quebra-las e depois lixa-las de forma a ter um encaixe perfeito. Ou seja, praticamente os inventores do lego.

- Como eles levaram aquele monte de pedras até lá em cima? Óbvio, já estavam lá em cima. Dãã. As montanhas são rocha quase pura, dava pra tirar de qualquer lugar. E carrega-las de um lugar pro outro era simples também, era só arrumar meia dúzia de troncos e ir rolando a pedra por cima deles. Dããããããããã! Alienígenas... Só porque a Europa quer se considerar a civilização mais avançada de todos os tempos, ficam inventando lorotas de que houve ajuda externa pros caras fazerem coisas que eles não conseguiram ou não sabiam explicar.

Se algum dia puderem fazer este passeio, eu recomendo e muito. Se achar que o caminho é muito puxado, há a opção de se ir até lá de trem - mas eu duvido muito que se dará o mesmo valor e que se terá a mesma compreensão de quem vem pelo caminho Inca.

No final da tarde fomos para uma cidade ao lado chamada Aguas Calientes onde há fontes termais - Fred e Carol, meus companheiros de viagem, foram ver qual que era. Eu aproveitei pra dormir um pouco mais. Hoje de manhazinha voltamos a Cusco e amanhã iremos fazer o passeio do Vale Sagrado dos Incas e, depois de amanhã faremos a viagem de 14 horas até Nazca, famosa pelas formas gigantes desenhadas pelo extinto povo Nazca no solo, sabe-se lá pra quem.

Até.

No próximo post puxarei fotos para cá.

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09 dezembro 2007

De Puno a Cusco

Nao soh sem acentos como o teclado ainda por cima esta desconfigurado. Raios.

Ontem pegamos um tal onibus turistico de Puno ate Cusco, que fez varias paradas no caminho para o povo tirar fotos, ver umas palhacadas para turistas como uns manes vestido com roupa "tipicas" tocando musicas "tipicas peruanas" e depois vir pedir gorjeta por isso. De boa, soh faltou os caras tocarem La Bamba e dizer que era original do Peru. Outro ponto escroto foi uma parada no povoado de San Pablo, onde havia um mercado de bugigangas que, segundo o guia, era muito mais barato que em qualquer outro lugar... Ainda bem que nao comprei nada por lah, pura enrolacao, qualquer coisa que vi depois dali era no minimo 10 soles (moeda de aca) mais barato. Foi nestes lugares tambem que eu descobri que a primeira palavra pronunciada pelas criancas peruanas nao eh "papa" nem "mama" e sim "propina" (gorjeta).

Enfim, falando agora da parte legal: paramos em alguns sitios arqueologicos (que depois eu falo os nomes, eu nao lembro mais como se grafa corretamente. O mais interessante era um acampamento-cidade militar Inca, que eles construiam proximo a povos conquistados), tivemos um bom almoco (apesar da banda de "musica tipica" ficar tocando durante todo ele), tirei umas fotos legais de uma igreja que dava realmente medo de entrar, era muito escura e tinha partes meio arruinadas.

Finalmente em Cusco, fomos atras da hospedagem e descobrimos que o hostal que queriamos nao existe mais. Fizemos uma bela caminhada com as mochilas nas costas ateh encontrar uma segunda indicacao que tinhamos, que estava lotado. Felizmente, a moca que nos atendeu tinha uma indicacao de um outro hostal que trabalhava com eles, e eh onde estamos hospedados agora - eh um lugar bem limpo e bacana.

Cusco, pelo menos o centro, eh em arquitetura bastante similar ao centro de Sao Paulo, mas eh bem mais limpo e puxa bem mais pra estilo colonial. Parece com Parati, pelas fotos que vi de lah. O interessante eh que a praca principal eh bem no meio de montanhas, e a mescla urbana/natureza dah uma cara muito interessante ao lugar. Tanto aqui quanto em Puno se percebe que a tradicao indigena existe, porem com muito menos forca que na Bolivia. Alias, uma outra coisa que percebi: a Bolivia, embora mais pobre que o Peru, me pareceu muito mais estruturada nos bairros mais pobres do que aqui. Todo bairro, por mais miseravel, sempre tinha uma praca e pelo menos uma quadra para esportes, enquanto aqui a coisa eh um pouco mais jogada. Mas eh soh uma impressao, nao sei o quanto isso eh verdadeiro.

Hoje tiramos o dia para organizar os proximos passos da viagem. Amanha faremos a Trilha Inca ateh Machu Picchu. Comprei uma mochila menor para levar (as malas ficam no hostal ateh a volta) soh o essencial. Comprei tambem pilhas extras e purificador de agua (pastilhas de cloro), e o equipamento de verdade como barracas, saco de dormir, bastao de caminhada e etc estao inclusos no pacote que fizemos com a empresa que contratamos antes de vir para cah, a Amazing. Provavelmente nao postarei antes de sexta, visto que a trilha termina na quinta.

Depois daqui iremos para Nazca, ver suas famosas linhas e em seguida para Arequipa, onde ha um canion bem bacana.

Sem fotos hoje, nao peguei o cabo da camera digital.

Ateh!

(odeio usar H para substituir agudo, mas enfim... Nao existe teclado amigavel neste meridiano).

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08 dezembro 2007

Fotos, Puno, Islas flotantes e comuns.

As prometidas fotos de Tiwanaco:





Primeiro nivel de uma piramide Tiwanacota. Soh desenterraram ate ali, faltam outros sete. Nossos amigos espanhois que fizeram esse "favor".







Totem que guarda a entrada (ou saida, sei la) da piramide. Nos solsticios o sol passa exatamente por tras de uma porta e projeta sua sombra para o centro da piramide. Reparem que ha uma marca de cruz talhada nele, uma tentativa da igreja de exorcizar a figura.





Porta do sol. Originalmente nao estava rachada e mui menos neste lugar, tentaram leva-la embora. Um doce pra quem adivinhar os culpados.





Fred, mentor da viagem, no topo do Chacaltaya.
Alias, o outro ponto de vista da viagem em http://fredbortolato.blog.uol.com.br





Por-do-sol visto do mirante do calvario, em Copacabana (a original)





Porta do Labirinto Inca, na Isla del Sol, no meio do Titicaca.





Isla Flotante em Uros. Imagine um povo muito, mas muito desocupado que resolveu colher totora, que eh um tipo de junco (que alias, se come tambem. Tem gosto de nabo aguado) e montar uma ilha inteira soh com isso, com casas hortas e tudo mais.

Pois eh, eh isso ai em cima. Eh MUITO legal. E, de quebra, eu com meu chapeuzinho boliva, o melhor investimento financeiro ate o momento (o sol aca eh de rachar). Fui lah hoje.





E, por ultimo, Taquile. Nao tem grandes coisas culturalmente falando, mas a ilha eh linda, vale muito o passeio. Fui la depois das Islas Flotantes.

Buenos, amanha... Rumo a Cuzco!

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07 dezembro 2007

Copacabana, a original

(teclado sem acentos novamente)

Buenos, anteontem fui a Copacabana. Voce que eh carioca e tem orgulho de morar proximo ou na praia de Copacabana saiba que tudo que voce vive ateh entao eh uma farsa. A verdadeira esta na Bolivia e, ao que indica, ja esta la a uns bons 400 anos.

Nao consegui aproveitar tudo que a cidade tem, por conta do tempo apertado entre todos os pontos da viagem mas consegui fazer a primeira trilha da viagem, de 40 mins, ao Morro do Calvario. No caminho tem todos os pontos do calvario de Jesus e tudo mais, no final tem umas cruzinhas e outras coisas cristas mas isso nao eh o importante. O que eh importante eh que o lugar eh um dos melhores miradores do Lago Titicaca (alias, segundo um guia, Copacapana ou 'Cotacawana' quer dizer exatamente isso: Mirante do lago) de onde eu tirei facil umas 30 fotos do por do sol. Alias, este post nao tera fotos por conta de nao conseguir descarregar no computador da lan.

Ficamos no Utama Hotel, um lugarzinho simpatico e barato e ate que bastante confortavel (ao contrario do Copacabana, que eh um albergue, que mal se tinha espaco pra tirar as pernas da cama. Eu continuo recomendando o Copacabana Hostal, mas o Utama eh outro nivel de conforto).

De Copacabana (a original) pulamos para Isla del Sol. Quase perdemos o passeio por uma confusao da agencia, nao encontramos o guia no lugar que achavamos que tinha que encontrar, e quase que se vai a grana e os dias investidos nessa brincadeira. Felizmente, ao fim deu tudo certo. Fizemos a trilha norte-sul da Isla, onde vimos a Pedra do Puma, a Pisada do Sol e onde ele e a Lua se refugiaram quando deu alguma merda celeste (ele nao entrou neste detalhe da lenda). A historia toda eh a seguinte: antes, na terra, havia soh a tal vida negativa, onde so habitavam os Titis (uma especie de felino assemelhado ao puma) e, por algum motivo de uma zica universal, o sol e lua precisaram se esconder na Isla del Sol ateh tudo estar ok de novo. Chegando aca, o Sol viu que tudo era destituido de vida e resolveu mandar pra cah o primeiro Inca, Manco Kapac. O Titi (que alias, eh de onde deriva o nome Titicaca, 'Pedra do Puma') ficou gravado numa pedra (que logo que der ponho foto) para lembrar da sabedoria do bichano e que deveriam respeita-lo.

Dormimos por lah mesmo e hoje de manha fomos a Copacabana (a original) e pegamos o onibus para o Peru. Ganhei minha segunda carimbada no passaporte e viemos ate a cidade de Puno. Puno eh uma cidade muito pobre, ate pior das que visitamos na Bolivia. Daqui conheceremos as Ilhas flutuantes de Uros e a Ilha de Taquile. Logo que der, posto mais, esta vencendo o tempo na Lan. O texto tah todo torto mas eu nao vou revisar nao.

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04 dezembro 2007

Andale, andale

Resumão rápido porque eu saio do hostal logo mais:

O povo Tiwanako foi uma cultura pré-incaica que viveu às margens do Titicaca. Ninguém sabe exatamente o que os extinguiu, mas há teorias que foi um desastre natural. Da cultura deles surgiram várias outras, entre elas a Inca, que herdou todo o conhecimento deles e o empreendeu em fantásticas cidades e construções - coisas que os Tiwanakotas também deixaram, como pirâmides e afins. Daí, como sempre na história do homem branco, chegaram os espanhóis e, com seu cristianismo imbecil, depredaram monumentos e literalmente enterraram os edifícios que não conseguiram destruir - mas claro que não deixaram de levar todo o ouro, por mais profano que ele fosse. Tenho algumas fotos das ruínas, mas ainda não compactei.

Ontem tomei o famoso chazito de coca. Não é nada demais, tem gosto de mato como qualquer chá - mas sim, realmente ajuda a pegar umas alturas mais absurdas.

Dois lugares que visitamos ontem e foi bem interessante:

O Vale de la Luna:




Esta formação criou-se, segundo teorias, após um terremoto. A região onde hoje é La Paz antes era um grande lago, e o tal abalo destruiu a borda sul do lago, por onde a água escoou erodindo completamente as montanhas no caminho. O processo de erosão não terminou ainda e, ainda mais impressionante, está acelerando mais e mais. Segundo nosso guia, estima-se que em 45 anos não restará mais nada do vale.

Chacaltaya:




Montanha mais alta desta região, o topo fica a 5.450 metros do nível do mar. Foi a primeira vez que senti de verdade os efeitos da altitude. Infelizmente estava nublado e perdemos quase toda a vista que se tem de lá, mas o caminho que fizemos até ali era MUITO bonito, compensou esta parte. A sensação de estar lá em cima é impressionante, não há como descrever. Dá quase vontade de deixar de ser ateu. No caminho ainda tivemos a sorte de ver umas lhamas selvagens pastando.

Buenas, vou nessa, tenho que pegar minha mochila e partir para o próximo ponto, Copacabana (a original, não a praia carioca).

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02 dezembro 2007

Lhama lhama lhama...

Voltando ao Brasil professarei cursos de portuñol. Fiquei impressionado como dá para se virar por estas bandas tendo uma noção de espanhol (que eu sei lá de onde veio). Claro que tem uma ou outra palavra que tem sentido completamente diverso em cada uma das linguas, como 'exquisito', por exemplo, que aqui quer dizer 'gostoso'. Então, se você falar para um sujeito que ele é 'exquisito', ele pode te olhar ainda mais torto do que olharia normalmente.

Buenos, atualizando o que se passa por acá: ontem demos uma volta pela cidade a pé, conhecemos algumas praças e um parque onde há um mirante de onde se pode ver praticamente toda La Paz. A comida daqui é bem parecida com a da minha amada cidade cinza, mas difere no tempero - usam um bocado de pimenta do reino aqui e alguns temperos que não identifiquei). Passamos pelo Mercado de las Brujas, onde comprei uma blusa de pelo de alpaca, um gorrinho de pelo de alpaca e uma luva normal... O mercado é um equivalente boliviano à 25 de março. Lá se acha roupas de todos os tipos e souvenirs fantásticos, embora uns cheguem ao nível de bizarro - como é o caso do tal feto seco de lhama, que sei lá que tipo de doente gostaria de ter algo como aquilo enfeitando a sala.

De comidas diferentes, já experimentei a salteña daqui (que tem massa adocicada e recheio 'ensopado', mas é bom), empanada (que parece uma broa de milho com recheio... Meia-boca, na minha opinião), o famoso chazito de coca (que tem gosto de mato e só. Compramos folhas, mas vamos usa-las só quando precisar ir para altitudes menos suportáveis) e, o mais exótico até agora, steak de lhama (que é uma carne muito leve e até gostosa, mas não algo que de aqueeeeela vontade de comer de novo). Comemos também a especialidade fast-food daqui, o tal pollo com papas, que é frango frito com batata e arroz com pimentão, e que garante muito aos anti-corpos coisas para fazer.

Hoje fizemos o passeio em Tiwanaku, onde há ruinas do povo de mesmo nome... Há um bocado de comentários a se fazer, mas vou guarda-los para quando tiver fotos descarregadas em algum lugar.

Até!

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01 dezembro 2007

Há! Pegadinha!

Nao imaginei que conseguiria acesso daqui tao rápido (aliás, nao reparem, mas nao encontrei a porcaria do til neste teclado insano). Achei realmente que só conseguiria postar o que quer que fosse no final da viagem - mas já de cara, no hotel que estamos consegui acesso a internet. O lugar que estamos hospedados eu, Fred e Carol parece situado no centro de SP, exceto pelo fato das senhoras todas andarem de ponchos coloridos e, por incrível que pareça, ter um transito ainda mais insano. Tipo, praticamente é lenda a divisao por faixa ou preferencial.

Nao há muito que dizer por enquanto, fora que a cidade se pareceria bastante com Sao Paulo se esta fosse cavada no meio de uma cordilheira de montanhas. Daria facilmente para ir do aeroporto ao hotel de bicicleta sem ao menos dar uma única pedalada. O quarto é minúsculo, mas dá pra ficar numa boa e confortável. O hotel é um tal Copacabana, e fica numa rua chamada Llampu, em algum lugar de La Paz.

Quanto ao problema com o ar rarefeito e afins, até o presente momento, percebi pouquíssima diferença... Talvez pelo fato de passar a vida toda respirando mais fumaça do que ar propriamente ajudou na adaptaçao... E sim, eu realmente acho que jogador de futebol é um PUTA bando de frescos e que a tal falta de ar nao é nem uma quarto do que eles alardeiam.

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